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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

OS MODELOS DE GOVERNO ECLESIÁSTICO, SUAS VANTAGENS E DIFICULDADES PRÁTICAS


Sinteticamente podemos dizer que existem três formas de Governo Eclesiástico. Provavelmente sua igreja é governada por uma delas. São elas:  

a)   a) Episcopal: Essa forma de governo é caracterizada por ter um "Líder Maior", geralmente chamado de Epíscopo, Papa, Bispo, Pastor Presidente e até Apóstolo, que governa todos os outros líderes e demais membros da igreja. É ele quem toma todas as decisões. Ou seja, “Um” governa a “Todos” (Igreja Episcopal, Universal, Católica, Assembléia de Deus e a maioria das igreja neopentecostais);

b)     b) Congregacional – A principal característica dessa forma de governo eclesiástico é a participação de toda a congregação na  tomada de decisões. Nada é decidido sem que antes tenha a aprovação da Assembléia de membros da igreja.  Ou seja, "Todos" governam (Igreja Batista, Congregacional etc.);        


  c) Presbiterial ou representativo – Nesse Regime de governo "Alguns" são eleitos para governar a "Todos" (Igreja Presbiteriana).

Cremos ser a última forma de governo eclesiástico (letra c) a  que mais se aproxima do modelo bíblico. É o governo do povo por meio de representantes por ele escolhido; um governo republicano. Calvino, em sua interpretação das Escrituras sobre esse assunto, considera também ser o governo representativo aquele que  foi ensinado pelos apóstolos para a organização da Igreja de Cristo. Na Bíblia, podemos encontrar facilmente os princípios norteadores e constituintes dessa forma de governo eclesiástico: Atos. 11: 30; 14: 23; 15: 2, 4, 6, 22; Tito 1: 5.

Apesar do exposto acima, nossa intenção é demonstrar, de forma prática, despretensiosa  e sem a (talvez) necessária preocupação hermenêutica, os pontos positivos e negativos de cada forma de governo eclesiástico. Contudo, principalmente em relação à forma de governo que entendemos ser a mais aproximada do modelo bíblico, os pontos negativos, não estão, necessariamente, relacionados à falhas do próprio sistema de governo e sim daqueles que o adotam. Mas que elas existem, existem. Comecemos na mesma ordem:

Governo Episcopal:

Pontos positivos:   Esse talvez seja  o modelo de governo que dê mais agilidade à igreja. Tudo só depende da aprovação de uma pessoa. Por exemplo: a reforma do prédio do departamento infantil da igreja. O Epíscopo decide fazer, quem vai fazer e o que vai ser feito. Tudo é resolvido de forma rápida e ágil. A igreja é muito beneficiada neste sentido. Os casos de disciplina eclesiástica também são rapidamente resolvidos trazendo a devida ordem à comunidade.

Pontos negativos: É desnecessário dizer que a concentração de poder na mão de uma única pessoa é algo muito perigoso. Os erros desse Epíscopo podem desviar para sempre sua igreja e como não há uma autoridade superior ninguém pode impedir essa derrocada. As escolhas das prioridades, dos materiais e das pessoas a serem contratadas podem ter critérios não muito corretos, em caso de desvio de conduta pessoal do Epíscopo e não haverá ninguém para lhe dizer um basta. Nos casos de injustiças na aplicação da disciplina eclesiástica o membro da igreja ficará sempre prejudicado, não tendo a quem recorrer. Esse modelo também dá margem a perseguições de possíveis oponentes, ainda que esses estejam com a razão, bem como a beneficiamento e falta de disciplina para aliados. Todos esses problemas são decorrentes do poder absoluto que o Epíscopo ou líder tem.

Governo Congregacional:

Pontos positivos: Uma das principais vantagens dessa forma de governo eclesiástico é que ninguém pode reclamar por não ter sido consultado ou ainda ouvido. Todos os membros têm direito a voto e a opinar sobre os mais diversos da igreja. Usando o mesmo exemplo da a reforma do prédio do departamento infantil da igreja, todos podem opinar sobre a necessidade dessa reforma, sobre as pessoas a serem contratadas e até sobre o material a ser utilizado. Ninguém pode dizer depois que não sabia ou que não foi ouvido. Isso acaba diminuindo bastante o grau de insatisfação da cumunidade.

Pontos negativos: Em qualquer igreja há pessoas maduras e pessoas imaturas. Essa é uma das maiores dificuldades desse regime de governo eclesiástico. Num caso de disciplina eclesiástica, por exemplo, além do constrangimento do membro faltoso ser apresentado diante de toda a congregação, ainda corre gravíssimo risco de ter sua situação emocional e espiritual agravada por conta das perguntas e das abordagens dos possíveis desafetos e dos membros que ainda não sabem lhe dar com esse tipo de situação. É algo realmente extremamente constrangedor. A morosidade na tomada de decisão também é um fator complicador, tendo em vista que depende da quantidade de membros presentes e da votação da maioria para aprovar um projeto. Diante disso, muitas igrejas Batistas, por exemplo, estão assumindo uma prática que descaracteriza por completo o regime congregacional: estão criando uma espécie de conselho para tratar de alguns assuntos antes mesmo de ser levado à assembléia dos membros, não sendo raras as vezes quando chegam com a decisão tomada esperando apenas a aprovação de todos.

Governo Presbiterial ou Representativo:

Pontos positivos: Esse regime de governo eclesiástico está tanto livre dos perigos que se apresentam quando o poder está concentrado nas mãos apenas de uma pessoa quanto da participação e decisão de pessoas imaturas que ainda não estão em condições de traças os rumos da igreja. Ele pressupõe que os homens  mais preparados da igreja são eleitos por todos os membros, em assembléia extraordinária, para governá-la. A igreja é autônoma e livre para escolher seus representantes, baseada nas condições pré-estabelecidas na bíblia para a ordenação de um presbítero. O conselho da igreja, em casos de disciplina eclesiástica, via de regras, tem condições de tratar o faltoso e aplicar-lhe a pena necessária para trazê-lo de volta aos caminhos da palavra de Deus. Em caso de disciplina aplicada fora dos preceitos bíblicos ou ainda por alguma espécie de perseguição, o membro que se sentir prejudicado poderá apelar para o "tribunal eclesiástico" imediatamente superior (geralmente são três instâncias superiores de apelação). Isso diminui bastante a possibilidade das injustiças e erros.

Pontos negativos: Como a congregação não participa das decisões de forma ativa, isso acaba dando margem para críticas às decisões do conselho.Outro ponto negativo é a morosidade com que os processos se desenrolam. Utilizando o mesmo exemplo da reforma do prédio do departamento infantil da igreja, uma obra que poderia ser relativamente rápida pode durar duas ou três vezes mais tempo para ser concluída. Começando pela discussão de como será feita a obra, os materiais utilizados e quem vai executá-la até a disposição da verba para a realização dos projetos. Em muitas vezes decisões como essas não saem antes de duas ou três reuniões do conselho.  A própria dificuldade de reunião dos presbíteros atrasa muitos processos necessários ao bom andamento da igreja. Os presbíteros não são obreiros exclusivos da igreja, todos têm seus trabalhos seculares, famílias e dificuldades particulares. Além disso, o pastor, que é também é um presbítero (docente) e que, geralmente, se dedica em tempo integral à igreja (pelo menos deveria),  não pode tomar decisões sozinho. Basta faltar um número considerável de presbíteros (geralmente cada igreja possui de 02 a 10 presbíteros) para a reunião não acontecer. Isso gera muito atraso nos projetos da igreja, dando, muitas vezes, uma impressão de desgoverno e abandono da igreja, uma vez que somente esses presbíteros podem decidir os rumos a serem tomados e não o fazem, muitas vezes, com a agilidade necessária.

Outra dificuldade prática desse sistema de governo é que nem sempre são eleitos presbíteros homens conhecedores da palavra e das doutrinas basilares ensinadas pela Igreja Presbiteriana. Geralmente são oficiais leigos, isto é, sem formação teológica alguma. Mas esse não é o maior problema. Isso não impediria desse oficial estudar e conhecer a bíblia e as principais sistematizações doutrinárias de sua igreja, como, aliás, muitos fazem. Outros tantos, porém, não se interessam pelo estudo doutrinário, assumindo a postura do senso comem que afirma ser "importante a bíblia e não teologia", esquecendo que qualquer afirmação acerca da bíblia é, necessariamente, uma interpretação teológica. Por conta disso, muitas igrejas Presbiterianas locais acabam se descaracterizando, e, com isso, tornando-se mais parecidas com muitas igrejas neorenovadas e neopentecostais que com uma genuína igreja Presbiteriana, propriamente dita. Além disso, essa falta de conhecimento dos presbíteros torna esses oficiais presas fáceis para pastores que parecem ter vocação para o governo episcopal e simpatia por práticas neopentecostais. Muitas desses pastores acabam manipulando os presbíteros, não raras as vezes, em benefício próprio. Não é interessante, para muitos pastores, a presença no conselho de presbíteros conhecedores da bíblia, dos símbolos de fé e da constituição da igreja. Por conta disso, o governo presbiteriano, de algumas igrejas locais, fica extremamente prejudicado, estando mais próximo a um governo episcopal,  onde tudo é decidido pelo pastor, que presbiterial. Outras vezes, para fugir das possíveis críticas, alguns conselhos, por pura falta de conhecimento, acabam levando assuntos que seriam de sua exclusiva competência, para a igreja, em assembléia, se pronunciar e até votar decidindo sobre o fato, igualmente descaracterizando o sistema de governo representativo.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

NÃO TIREM O BBB12 DO AR


Estava demorando! As primeiras campanhas para tirar o BBB12 do ar já foram lançadas. Genizah noticiou que o Deputado Federal Marco Feliciano está estudando a possibilidade de entrar com um pedido oficial para a retirada do programa do ar. Alguns posts da blogosfera também já chamam a atenção para o "estupro moral" a que "todos" foram submetidos. Todos? Eu não!

Diante de tudo isso, resolvi lançar a seguinte campanha:

# NÃO TIREM O BBB12 DO AR

Não, não estou enganado. A campanha é assim mesmo!

Não tenho twitter, por isso vou precisar da ajudinha de algum amigo twittereiro para lançar essa campanha em defesa da permanência do BBB12 no ar. Será que vou conseguir algum apoio? 

Qual é o critério para retirar um programa do ar? Poderíamos citar alguns, mas o principal deles é a FALTA DE AUDIÊNCIA, o que, absolutamente, não é o caso do BBB. 

AUDIÊNCIA, inclusive, de uma infinidade de CRENTES. Estou mentindo? Tem crente até que deixa de ir à igreja pra ver BBB12. 

Agora querem tirar a diversão dos irmãos? Sou contra. Deixem o BBB12 no ar, para a felicidade e entretenimento de muitos crentes.

Quem não quiser assistir, leia isto:  JÁ INVENTARAM O CONTROLE REMOTO, sabiam?

Outra coisa: essa conversa de estupro é balela; conversa fiada. A nega beija o cara, depois vai deitar com ele na mesma cama e todo mundo acha que ela é uma santinha? Ah, tenha paciência. A participante (desculpem não saber o nome dela), que de inocentezinha não tem nada, deu mole para o carinha (desculpem de novo) e ele fez o que qualquer um, que não tem compromisso com Deus e sua palavra, faria. As coisas funcionam assim. É assim que é no "mundão". Ou tem algum abestalhado que pensa que ela também não estava curtindo e querendo a safadeza? É só ver o depoimento dela, que infelizmente tive que pesquisar para poder escrever algo aqui. O que teve de diferente no BBB12 que já não tenha aparecido nas novelas que dão picos de audiência nas TV'S dos CRENTES? Não é isso que todos, inclusive os telespectadores crentes, querem ver? O que mais esperar de um programa desses? Quem assiste já assiste pra ver essas coisas mesmo. Esse programa só existe porque tem quem assista, quem goste. É a velha e boa audiência. Simples assim.

Portanto,  deixem quem gosta do BBB em paz. Deixem os irmãos assistirem o programa em paz, que coisa!

Por meus irmãos em Cristo que assistem, que gostam e que até faltam as reuniões da igreja por causa do BBB12, convoco toda a população para um verdadeiro engajamento na campanha:

# NÃO TIREM O BBB12 DO AR

sábado, 14 de janeiro de 2012

SOU UM RACISTA ASSUMIDO


A cultura Afro está em moda no Brasil. Nada mais politicamente correto que aplaudir as "manifestações culturais" dos chamados Afro-descendentes. Nesse sentido, a educação formal, maior veículo de divulgação de ideologias, tem tido um importante papel no estabelecimento de uma "cultura" de simpatia à causa dos negros. Assim tem sido também com a causa Gay, mas isso é outra história. As Instituições de ensino Superior, por exemplo, precisam manter um grupo de reflexão (na verdade divulgação religiosa) da causa dos "Africanos-brasileiros". Nos níveis mais básicos da educação também há recomendações para abordar essa questão em algum dos variados eixos.

Outrora perseguidos e humilhados, feitos escravos por seres que se dizem humanos; arrancados de sua terra natal. No passado, esse era o final trágico de muitos negros. Evidentemente que não podemos negar as injustiças praticadas contra "muitos" negros, no passado; até mesmo com o aval do estado. Certamente foram anos tenebrosos que envergonham a história da humanidade, sobretudo na terrinha tupiniquim. Negar isso é negar a verdade e é tão burro quanto negar o holocausto.

Mas as coisas mudam. Antes, quem era perseguido hoje pode ter status privilegiado. As cotas para negros ingressarem nas Universidades Federais podem ser consideradas um bom exemplo dessa mudança. Claro que há muita polêmica em torno disso, mas tal discussão não cabe aqui. Basta dizer que se isso é visto como um pagamento indenizatório do Estado, dá até pra engolir. Mas, parece que tem muito mais por trás disso. Aqui, cabe, sim, uma pequena pausa para a seguinte reflexão: o que os negros brasileiros "de hoje" têm a ver com os negros escravizados no Brasil colônia? Aqueles, sim: deveriam ter sido indenizados por tamanho ultraje. Mas, e esses? São tão brasileiros quanto os outros brasileiros brancos. Receberam tanta influência genética quanto outros brasileiros que se dizem brancos. Devem realmente ser tratados de forma diferenciada simplesmente pela cor de sua pele? Isso não é o que chamam de racismo? Aliás, a cor da pele não é a unica prerrogativa para ser considerado descendente de africano, tendo em vista que por lá tem muito branquelo de olho azul também, que são tão africanos quanto os africanos negros. Então, só pra ficar claro: tem africano negro e africano branco. Tem brasileiro negro e brasileiro branco. Ou seja, 99,9% dos negros brasileiros não são mais "puro sangue africano". Tá tudo misturado. Isso é ser brasileiro e a maior prova que não são mais africanos. A exceção  fica por conta de quem tem pai e mãe africanos, quer brancos ou negros. Portanto, nada de "mama África" seu Chico Cesar.

O fato é que muitas práticas "eminentemente religiosas",  trazidas da África, são empurradas de "guela abaixo" sob o argumento de respeito à "cultura". Ou seja, se as minhas "práticas religiosas" e as das religiões afros forem auto-excludentes, posso ser taxado de Racista. Muito bem, que seja.

Pra começo de conversa, quem quiser nutrir práticas peculiares e puras da "cultura religiosa" Africana, que vá para a África ou solicite cidadania africana. Não concordo nem mesmo com o termo Afro-decendentes. Somos todos brasileiros, filhos de brasileiros. Essa designação só faz criar um "povo" dentro de um "povo" ou, ainda,  um "sub-povo",  no sentido de uma minoria que está contida numa maioria.  

Essa mistura de cores e costumes é exatamente o que caracteriza nosso "povo único", nossa  identidade. Sem contar a inutilidade da discussão sobre o racismo, tendo em vista a existência de apenas uma raça: a humana. As manifestações de ódio contra a cor da pele é pura ignorância; uma imbecilidade que só não é inacreditável porque existem imbecis que possuem um grau de ignorância quase inacreditável.

Está mais do que claro que a África, com aqueles que de lá vieram para o Brasil, contribuiu fortemente na formação do nosso traço cultural. A mais brasileira de todas as comidas - a feijoada - tem sua origem mais remota com os "antigos" escravos. Mas atenção: nem todas as comidas de origem ou motivação africana podem ser consideradas somente como uma "contribuiição à cultura brasileira". Algumas delas fazem parte integrante do culto às divindades dessas religiões, são oferendas típicas de religiões típicas.

Interessante que outros povos, com características religiosas peculiares, igualmente contribuíram para a formação do nosso arcabouço cultural e nem por isso utilizam dessa prerrogativa como forma de "evangelização" camuflada. Os Judeus, por exemplo. Há povo mais perseguido e massacrado? Perseguidos inclusive pelo Estado brasileiro. Na época de Getúlio Vargas  muitos judeus que buscaram refúgio no Brasil foram entregues "de bandeja" aos líderes nazistas. Isso mesmo, o governo brasileiro foi responsável por jogar muitos judeus nas câmaras de gás. O excelente filme Olga Benaro retrata bem esse tempo. Estranhamente não me lembro de nenhuma cartilha, de nenhuma recomendação dos órgãos que regulam a educação, de nenhuma ação indenizatória do estado brasileiro para com os descendentes de judeus. Algo do tipo: cota para Israel-descendentes. Não questiono a validade dessas ações mas, por que para uns sim e para outros não? Será mesmo que os "negros brasileiros" precisam dessa proteção oficial? Isso parece uma concordância absurda com "o norte-americano James Watson – Prêmio Nobel e co-descobridor da estrutura do DNA junto a Francis Cric em 1953 –, um dos pais da genética moderna, que afirmou que as pessoas de raça branca são mais inteligentes que as de raça negra, o que gerou o repúdio da comunidade científica e política" (conforme: http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=1686", acessado em 13/01/2012).

Mas a grande questão que queremos chamar a atenção é a seguinte: 

Estão querendo considerar religião e cultos Afros como cultura. De forma intencional, os simpatizantes e até praticantes do candomblé, umbanda e outras religiões de matrizes Africanas, muitos deles com grande representatividade entre políticos e formadores de opinião, estão querendo vender a idéia de que suas práticas cúlticas são simples manifestações culturais

Isso é uma forma muito inteligente e sorrateira de fazer proselitismo em favor das religiões Afros. A religião pode até fazer parte da cultura, mas ela não é a cultura. Conheço vários negros que desaprovam completamente os ritos e manifestações religiosas do candomblé, por exemplo. São menos negros por causa disso? Ou seja, umbanda, candomblé e tantas outras  "manifestações religiosas", tipicamente Africanas,  não são "coisa de negros". São coisas de negros "macumbeiros", bem como de brancos "macumbeiros". Essa eu não engulo!

As religiões Afros-brasileiras, em nossa opinião, enquanto cristãos Reformados, quebram flagrantemente o primeiro e o segundo mandamento da Lei moral de Deus. Portanto, são práticas pecaminosas à luz da bíblia. A continuidade dos sacrifícios ali oferecidos são uma afronta ao sacrifício último e perfeito de Cristo.

Não posso admitir que aquelas danças, aquelas roupas, aquelas comidas, aquelas saudações, aquelas músicas e aquelas divindades fazem parte do meu universo cultural. Eu não tenho nada a ver com isso. Pelo contrário,  repudio todas essas práticas por considerá-las pecaminosas. Respeito, entretanto, essas religiões e reconheço seu direito constitucional de culto às suas divindades, mas, por favor, não me venham dizer que tudo isso faz parte de minha cultura. Não faz. Religião é religião e cultura é cultura. 

Isso é ser Racista? Então, por favor, me consideram um racista.

Que os negros africanos, como já dissemos,.contribuíram com a formação da nossa cultura, isso é certo e perfeitamente aceitável. Deve até ser reconhecido e agradecido, mas "cada "i" tem seu próprio ponto. A questão religiosa é um capítulo à parte.

Um dos maiores exemplos de tentativa de sobreposição de uma Religião (as de origem Afro) sobre a outra (as de origem neopentecostal), é a polêmica disputa judicial entre a Rede Record de Televisão, sabidamente de orientação neopentecostal, com algumas entidades  "promotoras das religiões Afros" que se escondem atrás do pomposo título de protetoras da "cultura" Afro:

"Em decisão inédita do Ministério Público Federal, entidades afro-brasileiras foram autorizadas a produzir um vídeo de direito de resposta coletivo a uma reportagem da TV Record. O programa foi gravado e tornou-se público no final de 2011, mas não pode ser exibido, pois a emissora recorreu da ação e consegui impedimento momentâneo. Conforme informa o vídeo, o programa é um "direito de resposta concedido pela Justiça Federal ao Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), ao Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira (INTECAB) e ao Ministério Público Federal, autores da ação contra o enfoque negativo e discriminatório das religiões afro-brasileiras". (Conforme:http://portalimprensa.uol.com.br/noticias/brasil/46668/religioes+afro+brasileiras+produzem+direito+de+resposta+coletivo+contra+tv+record. Acessado em 13/01/2012).

A questão em pauta é de cunho puramente religioso. Ainda que a discordância tenha caráter unilateral, isso não passa de uma religião que não concorda com a prática cúltica da outra, que se sente afrontada por ela e que por isso, naturalmente, reage. Nunca pensei que fosse defender a igreja universal, muito embora discordando veementemente de seus métodos, não posso deixar de reconhecer juntamente com ela: as práticas cúlticas das religiões Afro-brasileiras são pecaminosas. Se isso é ser racista, repito: me considerem, agora,  juntamente com a IURD, racista.

Assista o vídeo abaixo, produzido com a intenção de ser exibido na Rede Record, como direito de resposta, e julgue você mesmo se não há uma clara intenção proselitista de promover as religiões de origens africanas escondida por trás do bonito discurso de respeito à cultura:






quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

PENTECOSTALISMO "ESQUENTA" A MACUMBA DE CASÉ

A "pastora" é a macumbeira de Roxo da direita, no meio das Macumbeiras de branco.

Tenho dito em algumas postagens que o Pentecostalismo é o mais grave passo de retorno ao Romanismo. Muitos consideram isso extremamente forte e equivocado. Outros, porém, argumentam que o Pentecostalismo, principalmente em sua variação neopentecostal, está se aproximando estranha e inesperadamente ao Espiritismo. Também não posso deixar de notar isso. 

O fato é que alguns irmãos que se auto-denominam "genuínos Pentecostais" se dizem ofendidos quando são colocados na mesma sacola da longa lista das aberrações do atual mundo gospel. Tentam, inclusive, descaracterizar alguns movimentos e atitudes chamando-as de "Pseudo-Pentecostalismo".

Evidentemente que não podemos generalizar todo um grupo pela atitude de alguns ignorantes e de outros pilantras da fé. Claro que não. É mais do que sabido que muitos irmãos Pentecostais jamais se passariam para fazer o que essa outra irmã "igualmente Pentecostal" fez no programa "Esquenta" de Regina Casé. 

Mas a questão não é essa. O grande problema do Pentecostalismo é que ele propicia o acontecimento desse tipo de aberração. Isso se dá exatamente pelo fato de não ter o Pentecostalismo uma base de fé e prática hermeticamente fechada. Diferentemente dos Protestantes que têm na Bíblia - revelação escrita - única fonte de comunicação ativa de Deus para com seu povo.

Então, quando eles analisam a Bíblia e não encontram nenhuma recomendação para fazer essas coisas ou ainda para deixar de fazer outras, eles ficam "engessados" e desautorizados. Ou seja, o protestante é um crente limitado. Não pode usar de sua criatividade inventiva e nem mesmo seu talento para elaborar alguma novidade, algo que seja estranho às Escrituras, ainda que o objetivo seja nobre: louvar a Deus. É por isso que o culto dessas igrejas são sempre a mesmíssima coisa. Novidade nesses cultos só acontecem por algum desvio de conduta ou mesmo por influência Pentecostal.

Sei que muita gente discorda do que acabei de argumentar acima. Nós, "genuínos Pentecostais", também temos a bíblia como única regra de fé e prática, dirão alguns. Aí perguntarei? E as novas revelações, que são novos recados de Deus, no sentido de serem outros além dos que estão na Bíblia? Se não estiver na bíblia não é de Deus, responderão. Ora, então não são novas revelações? Então é só ler a bíblia? Se a resposta for sim, aí meu caro, isso não é o "genuíno Pentecostalismo". Estaremos diante de um "autêntico quase ex-pentecostal", que deve ter tido muito contato com a doutrina Reformada através de livros, congressos, etc e que agora está mudando seu pensamento. Não pensa mais como Pentecostal. Não crê mais como Pentecostal (pelo menos em todos os pressupostos). Tá tudo misturado, mas que por razões várias ainda não quer sair do meio. Diria eu: quase não é mais Pentecostal. 

Essa irmão do vídeo abaixo, sim. Essa é uma "autêntica Pentecostal" de carteirinha.

Mas para aqueles que discordam de tudo que coloquei até aqui, gostaria de fazer algumas perguntas. Por favor, assista ao vídeo e depois, só depois, responda as perguntas, ok?


Isso e essa "pastora" e suas seguidoras, tem mais a ver com o Pentecostalismo ou com o Protestantismo? Tem mais a ver com as igrejas Pentecostais ou com as igrejas Tradicionais? Se for perguntado a ela se é uma cristã Tradicional ou Pentecostal, o que ela responderá?

sábado, 31 de dezembro de 2011

AS PREVISÕES PARA 2012 E A PROVIDÊNCIA DE DEUS


Todo ano é a mesma coisa. É só  se aproximar o dia 31 de dezembro que os astrólogos, astrônomos, cartomantes e videntes de plantão reaparecem para trazer suas previsões acerca do ano que se aproxima. Na verdade eles têm um público muito grande. Neste exato momento que antecede a queima de fogos e a virada do ano, muitas pessoas estão se preparando com uma série de mandingas e superstições. É roupa branca para atrair paz, é roupa amarela para atrair riquezas e por aí vai. Sem contar os pulinhos com o pé direito nas ondas do mar. Muitos, inclusive, dedicam oferendas às suas divindades na tentativa de aplacar seus ânimos a fim de ter garantido um ano estável e com grande bonança.

O novo é sempre muito assustador mesmo. Não sabemos o que nos reserva no ano de 2012. Há quem diga  até que será o último dos anos. Saber o que 2012 nos trará é algo que foge completamente ao nosso controle. E, obviamente, não gostamos disso. Nosso senso de superioridade e autonomia são completamente abalados frente ao novo, ao desconhecido, ao que não podemos controlar.. Nos sentimos impotentes como um barco à deriva no mar.. 

O que 2012 nos trará?

Estamos preocupados? Ansiosos? Isso é normal. Faz parte da nossa humanidade. Faz parte da nossa falta de soberania,  onipresença e eternidade.

Deus, ao contrário, não se preocupada nem um pouco com isso, pois nada lhe é novo. Não há nada nesse universo e lugares conhecidos, e ainda por conhecer, que Deus não coloque seu dedo e diga: é Meu.

Devemos descansar na  Providência de Deus. Nada Lhe foge ao controle. Nada Lhe é oculto.

Em 2012, aconteça o que acontecer, estarei bem, pois Deus estará comigo. Ele estará cuidando de mim. Assim devem pensar todos aqueles que amam a Deus porque Ele o amou primeiro com amor salvífico.

Em 2012, aconteça o que acontecer, Deus em sua eterna providência estará cuidando de nós. 

O Capítulo V da Confissão de Fé de Westminster trata acerca da bendita providência de Deus. É reconfortante saber que servimos a um Deus que é Deus. Aliás, o único Deus verdadeiro. Leia:

I. Pela sua muito sábia providência, segundo a sua infalível presciência e o livre e imutável conselho da sua própria vontade, Deus, o grande Criador de todas as coisas, para o louvor da glória da sua sabedoria, poder, justiça, bondade e misericórdia, sustenta, dirige, dispõe e governa todas as suas criaturas, todas as ações e todas as coisas, desde a maior até a menor. Ref. Nee, 9:6; Sal. 145:14-16; Dan. 4:34-35; Sal. 135:6; Mat. 10:29-31; Prov. 15:3; II Cron. 16:9; At.15:18; Ef. 1:11; Sal. 33:10-11; Ef. 3:10; Rom. 9:17; Gen. 45:5. 

I. Pela sua muito sábia providência, segundo a sua infalível presciência e o livre e imutável conselho da sua própria vontade, Deus, o grande Criador de todas as coisas, para o louvor da glória da sua sabedoria, poder, justiça, bondade e misericórdia, sustenta, dirige, dispõe e governa todas as suas criaturas, todas as ações e todas as coisas, desde a maior até a menor. Ref. Nee, 9:6; Sal. 145:14-16; Dan. 4:34-35; Sal. 135:6; Mat. 10:29-31; Prov. 15:3; II Cron. 16:9; At.15:18; Ef. 1:11; Sal. 33:10-11; Ef. 3:10; Rom. 9:17; Gen. 45:5.

II. Posto que, em relação à presciência e ao decreto de Deus, que é a causa primária, todas as coisas acontecem imutável e infalivelmente, contudo, pela mesma providência, Deus ordena que elas sucedam conforme a natureza das causas secundárias, necessárias, livre ou contingentemente.Ref. Jer. 32:19; At. 2:13; Gen. 8:22; Jer. 31:35; Isa.10:6-7.

III. Na sua providência ordinária Deus emprega meios; todavia, ele é livre para operar sem eles, sobre eles ou contra eles, segundo o seu arbítrio. Ref. At. 27:24, 31; Isa. 55:10-11; Os.1:7; Rom. 4:20-21; Dan.3:27; João 11:34-45; Rom. 1:4.

IV. A onipotência, a sabedoria inescrutável e a infinita bondade de Deus, de tal maneira se manifestam na sua providência, que esta se estende até a primeira queda e a todos os outros pecados dos anjos e dos homens, e isto não por uma mera permissão, mas por uma permissão tal que, para os seus próprios e santos desígnios, sábia e poderosamente os limita, e regula e governa em uma múltipla dispensarão mas essa permissão é tal, que a pecaminosidade dessas transgressões procede tão somente da criatura e não de Deus, que, sendo santíssimo e justíssimo, não pode ser o autor do pecado nem pode aprová-lo. Ref. Isa. 45:7; Rom. 11:32-34; At. 4:27-28; Sal. 76:10; II Reis 19:28; At.14:16; Gen. 50:20; Isa. 10:12; I João 2:16; Sal. 50:21; Tiago 1:17.

V. O mui sábio, justo e gracioso Deus muitas vezes deixa por algum tempo seus filhos entregues a muitas tentações e à corrupção dos seus próprios corações, para castigá-los pelos seus pecados anteriores ou fazer-lhes conhecer o poder oculto da corrupção e dolo dos seus corações, a fim de que eles sejam humilhados; para animá-los a dependerem mais intima e constantemente do apoio dele e torná-los mais vigilantes contra todas as futuras ocasiões de pecar, para vários outros fins justos e santos.  Ref. II Cron. 32:25-26, 31; II Sam. 24:1, 25; Luc. 22:31-32; II Cor. 12:7-9.

VI. Quanto àqueles homens malvados e ímpios que Deus, como justo juiz, cega e endurece em razão de pecados anteriores, ele somente lhes recusa a graça pela qual poderiam ser iluminados em seus entendimentos e movidos em seus corações, mas às vezes tira os dons que já possuíam, e os expõe a objetos que a sua corrupção torna ocasiões de pecado; além disso os entrega às suas próprias paixões, às tentações do mundo e ao poder de Sataná5: assim acontece que eles se endurecem sob as influências dos meios que Deus emprega para o abrandamento dos outros. Ref. Rom. 1:24-25, 28 e 11:7; Deut. 29:4; Mar. 4:11-12; Mat. 13:12 e 25:29; II Reis 8:12-13; Sal.81:11-12; I Cor. 2:11; II Cor. 11:3; Exo. 8:15, 32; II Cor. 2:15-16; Isa. 8:14.

VII. Como a providência de Deus se estende, em geral, a todos os crentes, também de um modo muito especial ele cuida da Igreja e tudo dispõe a bem dela. Ref. Amós 9:8-9; Mat. 16:18; Rom. 8-28; I Tim. 4: 10. 

Não confie no acaso. Não confie em superstições. Não confie em signos. Não confie em diagnosticadores.  Não confie em você e na sua força. Não confie nas previsões para 2012. Confie somente em Deus que criou e governa tudo quanto há.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O “EIS QUE TE DIGO VARÃO”, DO PENTECOSTALISMO, NA VERSÃO CATÓLICA ROMANA


O  poderoso Movimento  Religioso Pentecostal tem estendido  suas fronteiras até mesmo fora do arraial gospel. Uma das características mais marcantes desse movimento, que não tem nada a ver com o protestantismo ou com a Reforma Protestante, sendo algo completamente outro, é, certamente, a presunção de ter o crente pentecostal um canal direto com o próprio Deus. São as chamadas “ novas revelações”, que podem vir por meio de um sonho, de profecias, de visões, de dons de línguas ou por uma revelação instantânea em mini-transe, durante alguma preleção. 

É o famoso “Eis que te digo varão”.

Certamente você conhece alguma “estória” com esse bordão.

Muitos protestantes duvidam da veracidade dessas mensagens instantâneas supostamente recebidas do próprio Deus, dentre os quais estou incluído. Não é nosso objetivo analisar essa questão agora. Basta, por hora, dizer que tais mensagens não podem ter sua veracidade comprovada. É uma questão de fé. Pura fé. Aliás, de muita fé mesmo. Quem não tem muita fé, como eu, não acredita. Quem tem, ao contrário, fé transbordante, acredita.

O fato é que 99% dos pentecostais quando alvos do “recadinho” de Deus, por boca de “um  profeta dos últimos dias”, acredita. Puro exercício de fé. E põe fé nisso. 

No último sábado (24/12/11), depois de ter sido entrevistado por Ana Maria Braga e por Marília Gabriela, o “Pentecostal Católico Romano”, na versão mais moderna das manifestações carismáticas do Romanismo, Pedro Siqueira concedeu entrevista à apresentadora Xuxa.


Pedro, à semelhança dos outros pentecostais, diz receber  mensagens diretas de uma autoridade espiritual. No caso dele,  da principal Santa do Catolicismo Romano, a quem chamam de  “Nossa Senhora”.  Ao melhor estilo “Eis que te digo varão”,  Pedro manda recados diretos aos presentes, citando, inclusive, seus nomes. Assim como no Pentecostalismo original, os “recadinhos” são de natureza existencial, geralmente envolvendo problemas como falta de emprego e promessas de curas, com o objetivo de trazer conforto ao aflito.

A única diferença entre o Pentecostal Católico Romano Pedro Siqueira e os Pentecostais Originais é que esses dizem receber mensagens diretamente de Deus e aquele diz recebê-las diretamente de “Nossa Senhora”. A gritaria também difere um do outro, antes que alguém chame atenção para isso.  O resto é só semelhança. Nos dois casos, por exemplo, não  há como comprovar a veracidade da autoria do “recadinho”. Nos dois casos, a fé, no profeta, vaso ou instrumento, é única base que confere legitimidade à mensagem.


Veja a entrevista com Pedro Siqueira. Preste atenção nos trechos em que ele aparace em uma espécie de mini-transe, em pleno exercício e entrega das "novas revelações", dos "recadinhos" de "Nossa Senhora":


Concluo com duas perguntas aos irmãos Pentecostais:

1ª)   As mensagens recebidas por Pedro são verídicas?
2ª) Em caso de resposta negativa à primeira pergunta, por favor responda: como provar que Pedro Siqueira  está blefando?

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

FESTIVAL PROMESSAS E O PODER DAS MÃOS DOS CRENTES


Não dá pra não comentar. A blogosfera amanheceu hoje (19/12/11) com  muitas notícias, comentários, críticas e análises do festival da música gospel “Promessas”, exibido pela rede Globo em 18/12/2011. As abordagens foram variadas, sendo a maior parte delas com uma pontinha de crítica. Particularmente vou me esforçar para não criticar muito, pois dá a impressão que tem inveja velada no meio.

Na verdade, será que alguma Igreja, em sã consciência, ao ser convidada para participar de um evento na Globo iria dizer não? Só mesmo um “abestado”, como diria o nosso Deputado palhaço (ou será palhaço deputado?) Tiririca, cujo humor sou fã, diria um “não” ao convite inusitado. Todo mundo critica que lá só passa Espiritismo e apologia ao Homossexualismo e diz não a um convite desses? Só estando maluco. É claro que a oportunidade deveria ter sido aproveitada, como foi.

Particularmente achei de péssima qualidade as músicas ali apresentadas, com raras exceções. Estou falando de qualidade musical mesmo, pois a teologia dessas músicas é pra lá de questionável. A própria idéia de Show soa muito estranho. Apenas Ana Paula se saiu bem, nesse quesito. Até aproveitou para mandar João 3:16. Ponto pra ela.

Não quero entrar em maiores detalhes. Somente quero chamar vossa atenção  para algo que aconteceu no evento também e que me intriga já há algum tempo. Vou aproveitar esse “mega” evento para tentar tirar essa dúvida antiga. Espero que algum leitor possa me ajudar. Seguinte:

POR QUE OS CRENTES neopentecostais e até alguns de igrejas tradicionalmente tradicionais (a redundância é proposital, pois muitas igrejas outrora tradicionais já não podem ter essa classificação) FICAM APONTANDO SUAS MÃOS COMO QUE DELAS EMANASSE ALGUMA ESPÉCIE DE PODER OU DE RAIO SANTO ABENÇOADOR OU CONSUMIDOR? Dá até medo ficar na frente.

É só isso que quero saber. Alguém pode me ajudar? Veja a foto abaixo que comprova o que estou dizendo:


Tenho uma teoria, mas não sei se estou correto:  o povo pirou de vez. Duvido nada que tenha maconha “gospi” na jogada. Aliás, sou obrigado a concordar com o velho Marx quando diz que “a religião é o ópio do povo”.  Se ele me permitisse uma pequena correção em sua frase a deixaria assim: “essa  religião (que representa essa teologia ensinada) é o ópio do povo”. 

Será que pensam  mesmo que são
Super-Heróis, daqueles que têm poder nas mãos e que emitem rajadas de raios para matar seus inimigos e “tomar posse” da vitória? Ainda tem gente que diz que teologia não interfere na vida prática. Isso nada mais é que o fruto de uma teologia maculada pela filosofia humanista, que exalta o homem de tal maneira que o faz até mesmo acreditar  que tem “Super-Poderes”, tal qual os “Super-Heróis” da TV, como esse da figura no início da postagem.

Fica o conselho: se encontrar algum crente apontando suas poderosas mãos  em sua direção, corra. Procure um local seguro para se proteger da sua super, hiper, mega rajada espiritual. Vai que ele não gosta de você. Mas pode ser “bença” também. Contudo, só reapareça depois de ter certeza absoluta de suas intenções.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

ABORTO E HOLOCAUSTO. APROVAR UM É APROVAR O OUTRO. 180 GRAUS, O FILME.


O Brasil esteve a ponto de descriminalizar o aborto. Você sabe o que isso significa? Descriminalizar o aborto significa torná-lo legal em toda e qualquer ocasião. Ou seja, independentemente do motivo, a mulher poderá optar por fazer o aborto. Em nenhuma situação ela poderá ser acusada crime, como ainda ocorre hoje no Brasil, uma vez que tal prática passaria a ser abonada por lei.O processo de descriminalização do aborto está arquivado, momentaneamente não definitivamente, no Supremo Tribunal Federal, devido à grande mobilização popular.

Na Moral (Legislação, lei) brasileira, atualmente, há dois casos em que o Aborto é considerado Legal:

      a)      Em caso de estupro;
      b)      Quando a mãe corre claro e eminente risco de morte.

Alguns juízes autorizam ainda o aborto em casos de anencefalia, que é a ausência total ou de partes essenciais do cérebro, no feto.

Analisando pelo prisma da Ética, que atua basicamente no que há de essencial no ser humano, e por isso mesmo tem validade universal, sendo também invariante, e considerando ainda que a necessidade de sobrevivência é basilar e essencial a qualquer ser humano, independentemente de sua localização geográfica ou mesmo temporal, perguntamos:

Existe alguma situação em que o aborto poderia ser Eticamente justificável?

Para o aborto ser Moralmente justificável basta tão somente ser aprovado pelo costume vigente na coletividade ou ainda por legislação específica, visto que, por força conceitual, a Moral está ligada a códigos, leis, normas, costumes e hábitos. Sendo assim, o aborto praticado em decorrência de um estupro, por exemplo, é Moralmente aceito, pelo menos no que diz respeito à Moral brasileira. Mas o que estamos questionando é se algum tipo de aborto pode ser aprovado pelo critério da Ética.

Respondemos que apenas no caso em que a mãe corre eminente risco de morrer, o aborto passa a ser, por pura falta de opção, justificado pela Ética. Nesse caso, exclusivamente, o médico pode, sem nenhum  problema de consciência, optar pela vida da mãe. Observe: não se trata da escolha de um valor menor pelo maior ou vice-versa. O mesmo valor está em jogo. É vida contra vida. Qualquer que seja a decisão do médico estará sendo uma decisão Ética, pois estará trabalhando em função da manutenção da vida. Só e somente só nesse caso o aborto é Eticamente justificável

Entretanto, a Ética não
 aprovaria o aborto nos casos de estupro, mesmo estando solidária aos enormes traumas que isso traria à vítima. Primeiro porque a crianças não tem nenhum responsabilidade pelo que fez seu pai biológico. Segundo porque há aqui uma gradação de valores. O valor vida (da criança) é e será sempre infinitamente superior ao valor trauma (da vítima).

O mundialmente famoso filme “180 Graus trata exatamente sobre o problema de aprovar ou ser indiferente ao assassinato de crianças ainda no ventre. De forma contundente a questão do Holocausto é colocada lada a lado à questão do Aborto. Utilizando a Maiêutica Socrática, técnica que faz com que a pessoa chegue, por si só, à conclusão que está errada, o interlocutor do filme tem ajudado milhares de pessoas em todo mundo a visualizarem seu próprio erro ao defenderem e/ou não combaterem o aborto. Não deixe de assistir esse importante filme e lembre-se:

Aprovar o aborto é aprovar o holocausto. Ser indiferente à questão do aborto é ser indiferente ao assassinato em massa promovido pelo Nazismo. 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

NUNCA DUVIDE DO SPORT


Nossa homenagem a todos os Torcedores do Sport Club do Recife e a todos que, mesmo torcendo para outros times, não podem deixar de reconhecer a grandeza do Sport. Muitas vezes não verbalizam esse reconhecimento, mas suas expressões de admiração face ao melhor time do Norte/Nordeste e um dos melhores do Brasil e da América Latina (por conta da Libertadores) - Sport Recife A+ - deixam claro esse justo e merecido reconhecimento, a exemplo dos amigos Cláudio Cruz, Pr.José Roberto, Bruno da rua Rubinéia, Presb.Samuel, Márcio, Cláudio estagiário, Jaedson, Jerônimo ex-aluno, Cândido, Celestino, Profª.Lucy Chacon e da minha esposa Ana Patrícia. Chamo especial atenção à atuação dos atletas de Cristo, como o goleiro Magrão, na campanha do acesso à série A.

Veja abaixo o vídeo #NUNCADUVIDEDOSPORTE. Os bastidores do acesso à Série A, de onde, aliás, nunca deveria ter saído.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O BRILHANTE MALAFAIA. HOMOSSEXUALISMO E ABORTO: A VOZ CONTRÁRIA DE UM PROFETA


Temos que reconhecer: em se tratando do combate às causas homossexuais e abortivas, que flagrantemente atentam contra as Escrituras Sagradas e à liberdade de expressão, o Pastor Pentecostal Silas Malafaia é o "cara". Até mesmo o seu jeito truculento e ousado no tratamento de questões polêmicas e delicadas  não consegue ofuscar o brilhantismo e coragem de seus argumentos. 

Evidentemente que Malafaia é merecedor da maioria das criticas que recebe, especialmente por ter abraçado, de forma descarada, a teologia da prosperidade, chegando ao absurdo de juntar-se a nomes como Morris Cerullo - a quem considera profeta de Deus - e Mike Murdock; dois ícones da indecência gospel, sendo responsável pela importação desses "viciadores da fé", colocando-se, assim, metaforicamente, na condição de  "traficante internacional de drogas", como se aqui já não tivéssemos pesadas "drogas nacionais" para combater, a exemplo de Macedo, Valdomiro Santiago e Estevam Hernandes.

Malafaia é merecedor também de críticas quanto à sua teologia. Tanto "Protestantes" quanto "Pentecostais" (para saber mais sobre essa distinção, ler  a primeira postagem da série "Pentecostalismo e Reforma Protestante-Parte I", publicada aqui no Blog) têm motivos para apontar seus erros doutrinários. São críticas justas e merecidas. 

Porém, o Pastor Silas Malafaia não pode ser acusado de omissão, diferentemente de muitos líderes Protestantes, quando o assunto é o combate a temas envolvendo, especialmente, homossexualismo e questões bioéticas, como o aborto, por exemplo. Nesses dois itens Malafaia chega a ser brilhante em seus argumentos e digno de aplausos por sua coragem e ousadia. Fala como um verdadeiro "profeta" de Deus (nesses assuntos) que não teme "perder a cabeça", ao contrário de um "bando de pastores frouxos" que circulam em nosso meio. 

Chama a atenção seu jeito contundente e inteligente de utilizar ora argumentos científicos ora argumentos jurídicos, com o objetivo maior de defender os preceitos bíblicos envolvidos nesses temas.  Com relação a esses assuntos, deixo claro, esse blog e seu editor "tiram o chapéu" para o Pr.Silas Malafaia e lamentam, ainda, que outros blogs não reconheçam os acertos de Malafaia nesses aspectos. Na hora de criticar todo o mundo "blogosferal" edita postagens "sentando o pau" - para usar uma expressão malafariana - e tem que fazer isso mesmo, mas na hora de reconhecer seu brilhantismo na defesa da fé bíblica, quanto a esses assuntos, o que vemos são pouquíssimas referências e nenhum elogio. No máximo, a apresentação dos fatos. Dois pesos e duas medidas? Isso não é justiça. Por isso e para também não incorrer no mesmo erro do julgamento tendencioso, damos "a mão à palmatória" e dizemos: parabéns Pastor Silas Malafaia.

Veja abaixo o vídeo da fala do Pr.Silas Malafaia, na audiência pública realizada pela Comissão dos Direitos Humanos na Câmara dos Deputados, em 29/11/11.



Veja também a entrevista do Pr.Silas Malafaia ao programa Canal Live, da Band, sobre a questão do aborto.


Na segunda parte da entrevista ao Canal Livre, Malafaia propõe: "O aborto é necessário? Vamos fazer o seguinte: deixa a criança nascer e entrega um porrete à mãe e diz assim: "olha minha filha, tá aqui. Mata! Não quer o filho? Dá uma paulada na cabeça dele". Não deixe de assistir essa segunda parte.



A IPB, oficialmente, também se manifestou publicamente contra a chamada Lei da homofobia, também conhecida como PL-122, bem como contra a proposta de descriminalização do aborto. Para ler na íntegra o "Manifesto Presbiteriano sobre aborto e homofobia" é só clicar no link abaixo:

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

LUTERO E OS 500 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE

2017 a Reforma Protestante completará 500 anos. Já existe mobilização no sentido de organizar uma grande comemoração. Os Luteranos brasileiros prometem um grande evento:

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

PENTECOSTALISMO E REFORMA PROTESTANTE: Pressuposto Litúrgico, Pratico ou Bizarro - Parte IV


Na quarta parte da série sobre Pentecostalismo e Reforma Protestante, reservada para o que chamei de "Pressuposto Litúrgico, Prático ou Bizarro dos Pentecostais", não estaremos argumentando muito, como fizemos nas outras três partes, mas apenas mostraremos fatos e cenas que dizem respeito a esse pressuposto. Nosso objetivo é que os próprios leitores tirem suas conclusões, depois de terem lido as três primeiras partes. Estamos exagerando? Estamos errados? Estamos corretos em nossa análise? Com a palavra: você, que acompanhou nossa série de postagens sobre Pentecostalismo e Reforma Protestante. 

A demora em concluir a série ocorreu porque estávamos colhendo e selecionando o material. Nem precisava ter perdido esse tempo todo. A rede Record, no último dia 13/11/2011, veiculou uma extensa reportagem sobre  o "cair no espírito", que reproduzimos logo abaixo, no primeiro vídeo. Apenas esse vídeo seria mais que suficiente para concluir essa série. Evidentemente que o que fez a Record produzir esse importante documentário não teve motivação jornalística sincera. Contudo, isso não faz das bizarrices apresentados na reportagem menos bizarras.

Chega de palavras. Veja você mesmo e tire suas próprias conclusões:

Reportagem sobre "Cair no espírito", da Rede Record.


Casamento Pentecostal


O Circo Pentecostal


O "Apóstolo" bandido


Pentecostalismo e unção com óleo


O Zoológico Pentecostal


Pregação Pentecostal



Reteté Pentecostal


Isso já é mais que suficiente. Ainda tem muito mais, mas vou poupá-los dessas bizarrices. Tire suas próprias conclusões.

sábado, 5 de novembro de 2011

PENTECOSTALISMO E REFORMA PROTESTANTE: Pressuposto Ético - Parte III

             
O livro “Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, do sociólogo ateu Max Weber, escolhido como o livro de não ficção mais importante do século XX, por intelectuais como o antropólogo Roberto Damatta,  o filósofo Renato Janine Ribeiro e o economista Eduardo Giannetti, entre outros, a convite da Folha de São Paulo (04/1999), faz uma verdadeira radiografia da influência do Calvinismo no  mundo, sobretudo no que diz respeito à questões Éticas, Morais e Econômicas.

Na contramão do Marxismo, que julgava que as mudanças da economia possuíam como causas apenas fatores econômicos, Max Weber faz brotar uma nova interpretação para a antiga questão. Utilizando a metodologia comparativa entre diversas economias, chega à conclusão que as mais desenvolvidas possuíam um traço em comum: a predominância protestante calvinista nos cargos importantes.

Weber chega à conclusão que há algo no estilo de vida dos protestantes Calvinistas, em sua Ética, que favorece o que ele chama de “espírito do capitalismo”:

“A crença nessa sistematização doutrinária calvinista leva o “eleito” a um imenso sentimento de gratidão a Deus, uma vez que, mesmo sem merecer, recebe esta graça extraordinária. Dessa forma, coube aos puritanos, que se consideravam eleitos, viver a santificação da vida cotidiana. Pois o caráter sectário – a consciência de ser minoria e a motivação de ser eleito de Deus – fazia de cada membro dessas comunidades não mero adepto do rebanho mas, mas um vocacionado que se dedicava simultaneamente ao aprimoramento ético, intelectual e profissional” (WEBER, 2002. p.21).

É fato digno de registro  que um ateu observe a prática dos Calvinistas e reconheça que sua crença nas doutrinas da Soberania de Deus influencia de tal modo suas vidas a ponto de produzir  a necessidade de viver uma vida Ética, que pressupõe, acima de tudo, respeito às pessoas:

“O Deus de Calvino exigia de seus crentes não boas ações isoladas, mas uma vida de boas ações combinadas em um sistema unificado” (WEBER, 2002. p.91).

Não quero me alongar nessa análise, pois retomamos esse assunto apenas como base comparativa daquilo que passaremos a abordar: a “ética” Pentecostal. Caso você se interesse por este assunto, o artigo completo sobre Max Weber está publicado no mês de março 2009 aqui no blog. É só localizar no “Arquivos do Blog”.

Finalizando essa parte introdutória, basta tão somente dizer que a contrapartida das pesquisas de Weber apontava como uma das causas da pobreza e da falta de crescimento intelectual das nações e economias colonizadas pelo Catolicismo Romano, o próprio modo de vida produzido pela Religião Católica, envolta em misticismos e crendices populares.

É exatamente aqui que entra o principal link entre a “ética” produzida pelo Catolicismo Romano e a “ética” produzida pelo Pentecostalismo.

Muito embora os mesmos traços de pobreza e do pouco crescimento intelectual, identificado por Weber nos católicos de diversos países, possam, facilmente, serem identificados, também, entre os pentecostais, como causa e também como conseqüência de sua prática religiosa, queremos aprofundar essa questão e ir além da passividade representada por essas duas características que, em nossa opinião, de forma geral, é uma produção mais peculiar da “ética” produzida a partir do entendimento doutrinário da fé Católica Romana. Como o Pentecostalismo em muito se assemelha ao Catolicismo Romano, como já demonstramos, acaba absorvendo, de tabela, essas influências. Contudo, não é esse o traço marcante na “ética” dos pentecostais.

O arcabouço doutrinário Pentecostal produz, antes, e de forma mais acentuada, o que chamaremos aqui, para fazer um contraponto com a idéia particularizada de “ética” do sociólogo Max Weber, de “Ética da Vantagem.  Isso mesmo. É característica peculiar do Pentecostal querer tirar vantagem de tudo e de todos.

A idéia de um contato, de uma comunicação direta com Deus, via “novas revelações”, produz, no Pentecostal, o efeito contrário que a doutrina da eleição incondicional produz no Calvinista. Faz dele uma espécie de “super-crente”, alguém que tem “poder”, alguém que tem um relacionamento diferenciado com Deus, o que o acaba tornando, inconscientemente, um crente soberbo. Enquanto a Eleição Incondicional, conseqüência direta da doutrina da Depravação Total do Homem, humilha o homem e o deixa consciente de sua inutilidade, comprovando que tudo que possui advem do favor divino, a doutrina da 2ª benção aliada ao semi-Pelagianismo, ao contrário, exalta o homem deixando-o prepotente e orgulhoso de si.

O resultado disso tudo não poderia ser outro: o Pentecostal entende que o mundo deve girar ao seu redor. Todas as coisas devem orbitar em sua volta. Pentecostal tem “o rei na barriga”. Mais que isso: Pentecostal se acha o próprio rei. E, por isso mesmo, ele não consegue enxergar o outro, respeitar o direito do outro, mas apenas seu alvo, que é conquistar o melhor, que é ter o melhor, aquilo que lhe é, supostamente,  de “direito”. Afinal, rei é rei!

Kenneth Hagin, muito embora não seja um legítimo representante do Pentecostalismo da primeira onda, apesar de ter tido dela toda a influência doutrinária, traduz de forma explícita e irrefutante o sentimento que paira no coração do Pentecostal que não teve nenhuma contato com a doutrina humilhante da Depravação Total do homem:

“Você não tem um deus no seu interior, você é um Deus. Uma réplica perfeita de Deus! Diga isso em alto e bom som, “eu sou uma réplica perfeita de Deus”! (A congregação repete um tanto insegura e sem jeito)...vamos digam isto! (Ele conduz a congregação em uníssono). Digam de novo! “Eu sou uma réplica de Deus!”- A congregação começa a se animar e o entusiasmo e o barulho aumentam cada vez que eles repetem a frase”. (NODA, 1997. p.23).

Por isso Pentecostal não respeita filas. Por isso Pentecostal acha que pode comprar e contratar serviços e não pagar. Por isso Pentecostal é péssimo empregado. Por isso Pentecostal é péssimo Patrão. Por isso Pentecostal é Péssimo vizinho. Por isso Pentecostal é péssimo marido. Por isso Pentecostal é péssima esposa. Por isso é cada vez maior o número de pessoas que repetem a já famosa frase “não faço negócio com crente”. Por isso  Pentecostal não assiste socialmente os membros de sua igreja, levando muitos a terem que esmolar na porta da igreja dos outros.

Permita-me colocar o resultado empírico das minhas observações. Todos os dias, juntamente com outros cristãos católicos e espíritas e até ateus, preciso esperar pacientemente o ônibus para ir trabalhar. Ao “entrar na bandeira” o coletivo, não é raro você perceber que algumas poucas pessoas têm a cara de pau de passar na frente e “furar a fila”, como se diz aqui no Nordeste. Um olhar mais treinado e pesquisador, vai  perceber rapidinho que no meio dos “furões” está sempre uma irmã Pentecostal, notadamente reconhecível por sua grife de “crente”, com cocó e tudo mais ou um irmão falastrão com ar de pseudo piedade.  

Outro dia, pasmem, numa pequena fila de frios de um supermercado alguém passou na frente de todo mundo e fez o seu pedido. Imaginei na hora: “deve ser um Pentecostal”. Na mosca. Mais uma vez comprovada minha teoria da “Ètica da vantagem”. Ei, irmão: você é Pentecostal não é? Sim, como você percebeu? Pelas minhas vestimentas santas? Não, porque você “furou a fila”. Esse diálogo só existiu em minha mente, infelizmente. Não tive coragem de iniciar a conversa. Aprendi com meu pai que “quem tem vergonha não faz vergonha”. Mas que tive vontade, ah isso tive. São inúmeros os relatos que poderíamos citar aqui como prova empírica de nossa argumentação. Mas, deixarei para você, caro leitor. Caso você tenha sido testemunha ocular de alguma situação bisonha, por favor, nos conte como comentário. Servirá de subsídios para o aprofundamento da nossa pesquisa.

O vídeo abaixo, da variação Pentecostal que é o neopentecostalismo, é um bom exemplo disso que denominamos de “Ética da Vantagem” Pentecostal.


O antropólogo Sérgio Buarque de Holanda, no seu livro “Raízes do Brasil”, bem como o também antropólogo Roberto Damatta, em seu livro “O que faz o Brasil, Brasil?”, abordam um assunto bem interessante que, segundo eles, é traço marcante do povo brasileiro: o chamado “jeitinho Brasileiro”.

“O jeitinho brasileiro é a transgressão suave já institucionalizada e aceita como característica fundamental e indispensável para o simpático e alegre brasileiro legitimar o seu poder diante dos outros. O seu problema é sempre mais urgente que o do vizinho. E isso, claro que somente isso, justifica que você fure a fila do supermercado”. http://gargalo.wordpress.com/2008/05/28/um-jeitinho-mais-que-brasileiro/.  O "jeito" ou "jeitinho" pode se referir a soluções que driblam normas, ou que criam artifícios de validade ética duvidável. A expressão "jeitinho" no diminutivo em certos casos, assume um sentido puramente negativo, significando não só driblar mas violar normas e convenções sociais, uma forma dissimulada de navegação social tipicamente brasileira na qual são utilizados recursos como apelo e chantagem emocional, laços emocionais e familiares, recompensas, promessas, dinheiro, e outros ou francamente anti-éticos para obter favores para si ou para outrem, às vezes confundido ou significando suborno ou corrupção [...].Os adeptos do "jeitinho" consideram de alto status agir desta forma, como se isto significasse ser uma pessoa articulada, bem posicionada socialmente, capaz de obter vantagens inclusive ilícitas, consideradas imorais por outras culturas” (http://pt.wikipedia.org/wiki/Jeitinho)

Assim como antes de Max Weber ninguém tinha atribuído fatores relacionados ao desenvolvimento econômico às questões religiosas, desconfio que os pesquisadores do chamado “jeitinho brasileiro” também estão esquecendo de abordar essa importante formuladora da prática cotidiana: a religiosidade. Talvez fosse exagero atribuir ao Pentecostalismo a origem desse famoso “jeitinho brasileiro”, que acabou contaminando a sociedade. Contudo, observando as definições acima, não é exagero nenhum dizer que os Pentecostais, no mínimo, contribuem grandemente para a perpetuação desse modo de viver.

A “Ética da vantagem” Pentecostal tem levado muitos irmãos a serem protagonistas de famosos escândalos. Só pra lembrar alguns: o caso de Sônia e Estevam Hernandes. A máfia dos sanguessugas, protagonizada por grande parte da bancada evangélica. O caso da oração de gratidão pela propina recebida de Leonardo Prudente e Rubens Brunelli.

Todos esses casos e tantos outros que não temos espaço para dizê-los aqui, têm algo em comum: a “presença predominante”, para usar uma expressão weberiana, de Pentecostais envolvidos.

Mas é verdade também que nem sempre os Pentecostais conseguem o que querem, mesmo usando todos os meios espúrios que usam. Pensam que eles se dão por vencidos? Na “Ética da vantagem Pentecostal” não tem espaço para derrotas. Eles continuam tentando. São incansáveis. Por isso os hospícios e sanatórios estão lotados de Pentecostais. Acha que estou exagerando de novo? Então visite um.

Nota: Esse artigo, bem como os outros da série Pentecostalismo e Reforma Protestante não está se referindo a indivíduos Pentecostais. É evidente que existem muitos Pentecostais, mas não a maioria, que são pessoas de bem e que têm um testemunho digno. Pessoalmente conheço alguns. Infelizmente não muitos. Da mesma forma não estamos querendo advogar que todo calvinista tem uma postura ética e moral ilibada. Evidentemente que existem alguns calvinistas que são uma vergonha. Contudo, estamos tratando de uma visão macro dessas relações religiosas. De forma que, de uma maneira geral e abrangente, por tudo que foi argumentado aqui, podemos afirmar: o calvinismo produz no seu crente uma postura ética e moral invejável e digna de registro até de ateus, como  é o caso de Max Weber, enquanto que o Pentecostalismo produz no seu crente o que chamamos aqui de “Ética da vantagem” Pentecostal.

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